Pesquisas sobre a crise e as percepções dos brasileiros - FGV Social

 

Mapa da Nova Pobreza

O contingente de pessoas com renda domiciliar per capita até 497 reais mensais atingiu 62,9 milhões de brasileiros em 2021, cerca de 29,6% da população total do país. Este número em 2021 corresponde 9,6 milhões a mais que 2019, quase um Portugal de novos pobres surgidos ao longo da pandemia.  A pobreza nunca esteva tão alta no Brasil quanto em 2021, desde o começo da série histórica em 2012. Demonstramos neste trabalho que 2021 é ponto de máxima pobreza dessas series anuais para uma variedade de coletas amostrais, conceitos de renda, indicadores e linhas de pobreza testados.

Além da medição da pobreza brasileira agregada e suas variantes, conferimos especial atenção a composição geográfica da pobreza para localizar os estoques e os fluxos de pobreza no território brasileiro. A Unidade da Federação com menor taxa de pobreza em 2021 foi Santa Catarina (10,16%) e aquela com a maior proporção de pobres foi o Maranhão com 57,90%. Lançamos mão de novas possibilidades de segmentar o país em 146 estratos espaciais: aquele com maior pobreza em 2021 é o Litoral e Baixada Maranhense com 72,59%, já a menor está no município de Florianópolis com 5,7%.  Uma relação de 12,7 para um refletindo a conhecida desigualdade geográfica brasileira. 

A mudança da pobreza de 2019 a 2021 por Unidade da Federação em pontos percentuais na pandemia, revela que o maior incremento se deu em Pernambuco (8,14 pontos percentuais), e as únicas quedas de pobreza no período foram observadas em Tocantins (0,95 pontos percentuais) e Piauí (0,03 pontos percentuais). Disponibilizamos um leque de rankings geográficos e de mapas de sobrevoo interativos para cada um explorar as carências sociais na sua área geográfica de interesse.

O objetivo desta nota é avaliar o nível e a evolução da pobreza durante os últimos anos no Brasil, usando os microdados da PNAD Continua Anual, recém disponibilizados pelo IBGE. Exploramos inicialmente cenário básico dos grandes números da pobreza nacional. O passo seguinte é a espacialização destes números. Na etapa final mapeamos a influência das escolhas metodológicas e de uma miríade de linhas de pobreza nacionais e internacionais nos resultados encontrados.  Os maiores nível e incremento da pobreza brasileira recente se revelam robustos.

Veja a pesquisa em https://cps.fgv.br/MapaNovaPobreza

 

 

A Montanha-Russa da Pobreza

Esta nota calcula em frequência mensal indicadores baseados em renda domiciliar per capita de todas as fontes normalmente disponibilizados em janelas de mensuração anuais. Propõe-se discutir as implicações dessas janelas de mensuração em termos de medição de bem-estar social e destacar suas causas, tal como a chegada da covid-19 ao país e a adoção de novas políticas de rendas (Auxílios).

Retrato - Em termos da última fotografia anual da pobreza, 10,8% da população estava abaixo da linha de pobreza de R$ 210 per capita em 2021, cerca de 23 milhões de pessoas, em termos relativos ou absolutos o nível mais alto da série histórica. Esta linha embora baixa para suprir necessidades básicas é usada como critério de elegibilidade a algum benefício pelo Auxílio Brasil. 

Em termos de mudanças a proporção de pobres em bases anuais sobe 42,11% entre 2020 e 2021, correspondendo a 7,2 milhões de novos pobres em relação a 2020 e 3,6 milhões de novos pobres em relação ao pré pandemia.

Mensais - as mudanças das séries de pobreza anuais no Brasil escondem no período recente flutuações com amplitude 5,7 vezes ainda mais pronunciadas observadas em séries mensais, dado o aumento de 238,5% da mesma em menos de seis meses. Esse é o salto entre o menor ponto de pobreza de todos os tempos experimentado em agosto de 2020, quando a mesma atinge 3,9%, e o ápice de 13,2% durante a interrupção do Auxílio Emergencial em março de 2021, o recorde histórico desta série iniciada em 2015. Coincidentemente, este novo pico de pobreza equivale quase ao pico gêmeo do primeiro mês da pandemia (13,3%).

Os brasileiros mais pobres têm de fato vivido uma montanha-russa nos três últimos anos. A renda mensal dos 10% mais pobres já vinha em queda antes da chegada da covid-19 ao Brasil e despencou a menos da metade no início do isolamento social (R$ 114 em novembro de 2019 a R$ 52 em março de 2020). Desde este mínimo, a renda do grupo foi mais do que quadruplicada até seu pico histórico em agosto do mesmo ano (R$ 215), na fase mais generosa do Auxílio Emergencial (AE).  Daquele valor de pico, desabou, ficando 15,8% abaixo do nível pré-pandemia (R$ 96 em novembro de 2021). Este último projeta tendência negativa pois incorpora os valores nominais fixados do novo Auxílio Brasil face o cenário prospectivo de inflação alta, especialmente para baixa renda.

Auxílios - A fim de entender as causas das flutuações sociais mostramos as séries de renda domiciliar per capita média do trabalho para captar o efeito isolamento e as transferências sociais per capita em relação a toda população. Esta última sai de R$ 11,77 em fevereiro de 2020 para R$ 136,20 em julho de 2020 caindo para 13,93 em fevereiro de 2021. O último ponto da série que já incorpora o Auxílio Brasil substituindo o Auxílio Emergencial e o Programa Bolsa Família, o valor de transferências é de R$ 19,29, 63,9% maior que logo antes da chegada da pandemia mas apenas 14,2% o valor encontrado no ápice do Auxílio Emergencial. Incidentalmente, contas realizadas pelo FGV Social com uma linha de pobreza em torno de R$ 300 revelam um custo mensal per capita para superação de pobreza de R$ 15 adicionais aos programas existentes na véspera da adoção do Auxílio Brasil.

Veja a pesquisa em https://cps.fgv.br/PobrezaMensal


 

Insegurança Alimentar no Brasil: Pandemia, Tendências e Comparações Globais

O Brasil ocupa lugar de destaque no tema insegurança alimentar, seja pela produção agrícola, seja pelas dificuldades que os brasileiros têm de lidar com falta de comida. Oferecemos a partir do processamento dos dados do Gallup World Poll, uma fotografia mais recente da insegurança alimentar da população brasileira (2021 – coletada de agosto a novembro) e o acompanhamento de suas mudanças no período da pandemia do Covid-19. Esta base permite plena comparabilidade entre 160 países, em bases anuais desde 2006, nos possibilitando medir aqui diferenças de prazo mais longo de insegurança alimentar entre o Brasil e o mundo, assim como de seus determinantes próximos como renda, escolaridade, gênero e idade.

Fome na pandemia - A parcela de brasileiros que não teve dinheiro para alimentar a si ou a sua família em algum momento nos últimos 12 meses subiu de 30% em 2019 para 36% em 2021, atingindo novo recorde da série iniciada em 2006. É a primeira vez desde então que a insegurança alimentar brasileira supera a média simples mundial. Comparando a média simples dos mesmos 120 países com o Brasil, antes e durante a pandemia, a insegurança alimentar subiu 4,48 pontos percentuais mais aqui, que no conjunto de países (aumento percentual quatro vezes maior no Brasil), sugerindo ineficácia relativa de ações nacionais.

Piora dos pobres - O aumento da insegurança alimentar entre os 20% mais pobres no Brasil durante a pandemia foi de 22 pontos percentuais, saindo de 53% em 2019 chegando a 75% em 2021. Já os 20% mais ricos, experimentaram queda de insegurança alimentar de três pontos percentuais (indo de 10% para 7%). Na comparação com média global de 122 países em 2021, nossos 20% mais pobres tem 27 pontos percentuais a mais de insegurança alimentar enquanto nossos 20% mais ricos apresentam 14 pontos percentuais a menos. Altos níveis e aumentos de desigualdade de insegurança alimentar brasileira por renda são também encontrados por níveis de escolaridade.

Feminização da fome – Observamos crescente e marcada assimetria de insegurança alimentar entre homens e mulheres no Brasil.  De 2019 a 2021, houve queda de 1 ponto percentual para homens (cai de 27% para 26%) e aumento 14 pontos percentuais entre as mulheres (sobe de 33% para 47%). Como resultado, a diferença entre gêneros da insegurança alimentar em 2021 é 6 vezes maior no Brasil do que na média global. As mulheres, principalmente aquelas entre 30 e 49 anos, onde o aumento foi maior, tendem a estar mais próximas das crianças e gerando consequências para o futuro do país, uma vez que subnutrição infantil deixa marcas permanentes físicas e mentais para toda vida. 

Países – O  ranking dos 10 países com mais insegurança alimentar em 2021 é liderado por países africanos, tais como o Zimbawe (80%), Zâmbia (79%), Serra Leoa (77%), entre outros, mas incluindo Venezuela (72%) e Afeganistão (70%), com níveis próximos ao apresentado pelos 20% mais pobres brasileiros (75%). A menor insegurança alimentar é na Suécia (5%), não muito distante da observada para os 20% mais ricos brasileiros (7%). 

Ao comparamos a insegurança alimentar de pessoas com os mesmos atributos sociodemográficos em diferentes países no período 2006 a 2018 como educação, idade, gênero etc, .As chances de insegurança alimentar global sobem 63,5% no mundo entre 2006 e 2018. Por outro lado, na comparação 109 países apresentam segurança alimentar maior que a brasileira, 48 países apresentam insegurança alimentar menor que a brasileira e 8 países apresentaram igualdade estatística com os níveis brasileiros. O Brasil se encontrava antes da pandemia abaixo da norma internacional dado seu nível de renda. Este quadro mudou com a pandemia.

Pobreza e Perspectivas – Mostramos a relevância atribuída aos temas alimentação e pobreza pela população aqui a partir de pesquisas subjetivas. Evidenciamos também um paralelo entre diferentes medidas de insegurança alimentar e com indicadores de pobreza baseada em renda no Brasil. Em 2019, período pré-pandemia, 11% da população, ou cerca de 23 milhões de pessoas, estavam abaixo da linha de pobreza de R$ 290 mês por pessoa. Em outubro 2021, era 13% da população, cerca de 27,6 milhões de pessoas. Os números incluem, portanto, mais 4,6 milhões de novos pobres na pandemia.  Avaliamos prospectivamente o impacto das mudanças introduzidas em programas de combate à pobreza vis a vis ao cenário corrente de estagflação especialmente prevalente entre os pobres brasileiros. 

Veja a pesquisa em https://cps.fgv.br/FomeNaPandemia
 

 

Percepções da População de Políticas Públicas Portadoras de Futuro na Pandemia: Distribuições Nacional e Global ligadas a Saúde, Educação e Meio Ambiente
Setembro/2021

Pesquisa lançada em 21/09/2021

A pandemia do Covid-19 talvez seja o maior choque global já observado pois afeta de maneira marcada o dia a dia das pessoas ao redor do globo terrestre. O Brasil é um país cuja distribuição de renda reflete na sua média e desigualdade características similares as do mundo. Será que a pandemia afetou mais o Brasil que outros países?  Quais os grupos de renda foram mais afetados pela pandemia? Os segmentos mais pobres, médios ou os mais ricos?  Como a História muda em diferentes dimensões de performance social?
Esta pesquisa lança mão de dados internacionais do Gallup World Poll para aferir o impacto relativo da pandemia sobre a percepção da população em relação a uma miríade de temas ligados a políticas públicas determinantes de perspectivas futuras tais como saúde, educação, e meio ambiente. Comparamos a performance brasileira nestas dimensões com a de um grupo de 40 países (média simples), contrastando resultados colhidos durante a pandemia com os observados logo antes da mesma. De maneira geral, a pesquisa revela piora da média no Brasil muito maior que a do conjunto de outros países na avaliação dos sistemas de saúde e de ensino e com outras pautas portadoras de problemas futuros como a preservação de meio ambiente, o cuidado com as crianças e com a sua capacidade percebida de aprendizagem. Além da maior perda média em todos os cinco indicadores subjetivos, houve aumento de desigualdade no Brasil. Ou seja, a piora social brasileira foi mais forte entre os segmentos de renda mais baixos em relação aos segmentos mais altos. A pesquisa releva uma igualmente robusta redução de desigualdade destas dimensões no conjunto de 40 países analisados. Isto faz que a piora social entre os mais pobres no Brasil, seja mais acentuada em termos relativos aos globais do que em termos absolutos.  

Política de Saúde - A população satisfeita com a atenção à saúde mostra uma deterioração de cinco pontos percentuais no Brasil e um aumento de 1,05 ponto percentual no grupo controle, deixando uma queda líquida relativa de 6,05 pontos percentuais para o Brasil. A média geral da satisfação com o sistema de saúde não só piora no Brasil e melhora no mundo, como a piora Brasileira e a melhora mundial são ambas puxadas pelos 40% mais pobres não com queda da qualidade percebida da saúde de -10.5 pontos percentuais, oposto do que foi observado no resto do mundo que sobe 2.28 pontos. A situação dos 40% mais ricos não se alterou muito em ambos universos geográficos. 

Política Educacional – A parcela de pessoas satisfeitas com o sistema educacional caiu de 56% em 2019 para 41% em 2020, uma redução de 15 pontos percentuais. Enquanto no grupo controle a média caiu de 63,98% em 2019 para 60,20% em 2020, uma redução de 3,78 pontos percentuais. Isso significa que o Brasil perdeu 11,23 pontos percentuais em relação à média internacional, aumentando a diferença de satisfação educacional entre Brasil e Mundo. A desigualdade interna brasileira aumentou pois a queda da proporção de satisfeitos com a política educacional no Brasil da pandemia é maior entre os 40% mais pobres (-22 pontos) do que nos segmentos mais altos (-8 pontos). Mais uma vez o oposto ocorre em escala global.  Este mesmo padrão de piora media maior e aumento de desigualdade brasileira se repete para percepção de aprendizado assim como de tratamento respeitoso com as crianças. Saímos de uma despiora educacional para uma desmelhora na pandemia, na contramão internacional.

Política Ambiental -  O nível de satisfação medido pela proporção de satisfeitos com a política ambiental no Brasil cai de 28% em 2019 para 22% em 2020. Esta queda geral de 6 pontos percentuais contrasta com o aumento de quase um ponto (0,97%) de porcentagem global que passa de 48,23% em 2019 para 49.2% em 2020. Logo a diferença em diferença na pandemia cai 6.98% pontos de porcentagem no Brasil vis a vis o mundo no período pandêmico. Na análise distributiva das percepções de políticas ambientais é notável a maior piora dos mais pobres brasileiros, em contraste com melhoras globais.

De maneira geral, a pesquisa revela piora da média no Brasil muito maior que a do conjunto de outros países na avaliação dos sistemas de saúde e de ensino e com outras pautas portadoras de problemas futuros como a preservação de meio ambiente, o cuidado com as crianças e com a sua capacidade percebida de aprendizagem. A piora social brasileira foi mais forte entre os segmentos de renda mais baixos em relação aos segmentos mais altos. A pesquisa releva uma igualmente robusta redução de desigualdade destas dimensões no conjunto de 40 países analisados. Ou seja, a desigualdade aumentou aqui mas caiu alhures.

Veja a pesquisa em https://cps.fgv.br/PoliticasPandemia


 

Bem-Estar Trabalhista, Felicidade e Pandemia
Junho/2021

Pesquisa lançada em 14/06/2021

Pouco mais de um ano depois a pandemia do Covid-19 chegar ao pais, o que houve com a desigualdade e a prosperidade trabalhistas desde então? E os indicadores subjetivos de Bem Estar como felicidade e emoções cotidianas? Como o Brasil se compara com o resto do mundo?

O Topo da Desigualdade -.A pandemia adiciona mais três centésimos ao índice de Gini trabalhista levando até 0.674 em 2021T1, nosso recorde na série histórica. A literatura considera este movimento um grande salto de desigualdade

Prosperidade - No trimestre de Janeiro a Março de 2020 a renda média alcança o maior ponto da série R$ 1122 e em menos de um ano cai 11,3% e vai para o ponto mais baixo da série histórica de R$ 995, primeira vez abaixo de um mil reais mensais. Queda de 11,3%

Bem Estar Social - Integramos a evolução da média com a desigualdade como componentes da medição do bem-estar geral da nação. O bem-estar trabalhista estava em empate técnico do nível em 2020T1 com o do início da série histórica em 2012, ou seja não houve progresso social líquido nesta década. No ano seguinte da pandemia o bem estar cai 19,4%, que representa o novo piso da série.

Pobres perderam mais -  A média das rendas individuais do trabalho na população de idade incluindo os sem trabalho. caiu 10,89% na pandemia, a queda de renda da metade mais pobre foi 20.81% queda quase duas vezes maior que a da média.

Felicidade foi embora - Indo a medidas subjetivas de bem estar, resultado de respostas diretas das pessoas sobre a sua vida. Começamos com medida geral de felicidade dada por uma nota de avaliação de satisfação com a vida numa escala 0 a 10. O Brasil tem uma queda de 0,4 pontos em 2020, chegando a 6,1 o menor ponto da série histórica desde 2006.

Mais Desigualdade de Felicidade – A queda da felicidade se dá nos 40% mais pobres (-0,8%) e no grupo do meio (-0.2) situados entre 40% a 60% da renda.  Já os grupos mais abastados mantiveram a satisfação com a vida. Ou seja, há aumento da desigualdade de felicidade na pandemia. A diferença de satisfação com a vida entre os extremos de renda que era de 7,9% em 2019 sobe para 25,5%.

Comparações Internacionais - A pandemia do Covid-19 afeta de maneira marcada o dia a dia das pessoas ao redor do globo terrestre. Usamos como quase experimento a comparação do Brasil com 40 outros países pesquisados que cobrem da Áustria, passando pela China e chegando a Zimbawe. A nota média de satisfação da vida presente do brasileiro, caiu de 6,5 em 2019 para 6,1 em 2020. No resto do mundo a nota tinha ficado parada durante a pandemia em torno de 6,0. Ou seja, há marcada perda relativa de felicidade no Brasil durante a pandemia.

Emoções cotidianas – Há também medidas pontuais de bem estar que pergunta emoções sentidas em quantidades relevantes na véspera da pesquisa. Nos referimos ao sentimento de raiva, preocupação, estresse, tristeza e divertimento. A sensação de raiva sobe de 19% em 2019 para 24% em 2020 dos brasileiros, uma mudança de 5 pontos de porcentagem. No mundo este avanço foi de 0,8% pontos percentuais. Ou seja, a raiva aumenta 4,2 pontos percentuais a mais no Brasil durante a pandemia que no resto do mundo. Similarmente: preocupação, stress e tristeza  sobem, respectivamente 3,6, 2,9 e 2,2  pontos percentuais a mais no Brasil do que no resto do mundo. Todos indicadores subjetivos de bem estar considerados pioraram mais no Brasil na pandemia que a média dos 40 demais países.

Em geral, indicadores objetivos e subjetivos mostram na pandemia piora das desigualdades dentro do Brasil e uma perda maior gerada para o país do que para o conjunto de 40 nações.

Veja a pesquisa em https://cps.fgv.br/FelicidadeNaPandemia
 

 

Jovens – Percepções e Políticas Públicas
Junho/2021

Pesquisa lançada em 02/06/2021

Exploramos pesquisas sobre aspirações e avaliações dos jovens em escala global o que permite diferenciar a visão do jovem brasileiro. Captar também as novas direções seguidas na pandemia. A autoavaliação geral da felicidade dos jovens brasileiros captada pela média de satisfação com a vida no presente numa escala de 0 a 10 era 7,2 em 2013-14 e sofre uma queda para 6,7 em 2017-18. Este movimento de queda tem continuidade durante a pandemia passando de 6,7 em 2019 para 6,4 em 2020. Uma queda de 0,8 pontos como a ocorrida no Brasil, figurava como a 3ª mais alta em 132 países.  O nível 6,4 é o mais baixo da série brasileira de satisfação com a vida.  Além da avaliação geral da vida, abordamos emoções do dia a dia da juventude. Indicadores positivos (alegria) e negativos (preocupação e raiva) pioraram sobremaneira na grande recessão e em 2020 na pandemia. Indicadores negativos pioraram também em 2019, esta é a diferença a ser ressaltada.

Focamos aqui no estado de variáveis que ocupam lugar de destaque na agenda dos jovens como educação e meio ambiente. 41% dos jovens entre 15 e 29 anos estão satisfeitos com o sistema educacional em 2020 o menor nivel da série. Houve queda 375% maior no Brasil que num grupo de 40  paises entrtevistados durante a pandemia que funcionam como um grupo de controle. A proporçao de jovens brasileiros satisfeitos com os esforços empreendidos com a preservação do meio ambiente cai de 33,1% em 2015-18, para 27% em 2019 e depois 19% em 2020. 

Veja a pesquisa em https://cps.fgv.br/JovensPercebe

 

 

A Escalada da Desigualdade - Qual foi o Impacto da Crise sobre Distribuição de Renda e Pobreza ?
Agosto/2019

Pesquisa lançada em 15/08/2019
Este trabalho avalia as mudanças na desigualdade nos últimos sete anos, suas relações com o crescimento, alguns de seus determinantes próximos e consequências conjuntas sobre bem-estar social e pobreza. 

Veja a pesquisa em https://cps.fgv.br/Desigualdade 

 

 

 

 

 

 

 Como vai a vida ?: Entendendo a economia da felicidade
Março/2019

O Brasil sofreu a terceira maior queda de satisfação com a vida entre 130 países entre 2014 e 2018. Por que piorou a felicidade geral da nação? Foi a recessão? Desemprego, desigualdade, desilusão com a política também ajudam a explicar? Quem perdeu mais felicidade?

Levantamento inédito do FGV Social, a partir dos microdados do Gallup World Poll e nacionais, mostram que a felicidade subjetiva dos brasileiros tem piorado mais que o PIB. Indicadores objetivos de bem estar social, levando em consideração não só o crescimento da renda das pessoas, mas a sua distribuição, ajudam a explicar esta trajetória.

Veja a pesquisa em https://cps.fgv.br/felicidade

 

 

 

 

Percepções da Crise
Outubro/2018

Se o mundo de hoje está complexo, o Brasil está ainda mais complexo. Dados subjetivos em escala global trazem luzes sobre valores e particularidades da situação brasileira em curso. Esta pesquisa compara a evolução da percepção dos brasileiros com a de 124 países em alguns dos temas mais sensíveis do contexto atual: medo da violência, descrença no sistema político e falta de confiança estatal. Estes dados colocam o Brasil como o penúltimo pior em cada um desses quesitos entre todos os países pesquisados em 2017 que é o pior ano da série brasileira. Senão vejamos: 68% se sentem inseguros em andar à noite na área de moradia; só 14% acreditam na honestidade das eleições e 82% não confiam no Governo Federal. 

A renovação dos quadros políticos tradicionais manifestada no primeiro turno da eleição de 2018 pode ser compreendida a partir da taxa de desaprovação da liderança política brasileira de 86%. Esta não foi só a maior desaprovação do planeta no último ano, como é a mais baixa da série histórica analisada com mais de 733 casos (leia-se número de países vezes anos pesquisados). Ou seja, um recorde nas séries mundiais no curso da presente década. 

Os extremos assumidos pelas percepções dos brasileiros captadas numa extensa lista de países, incluindo os mais violentos, os mais pobres e etc, sugere situação psicossocial crítica. Por seu vez, a trajetória das séries subjetivas da presente década nos leva a estudar as causas objetivas e subjetivas das manifestações de 2013, um dos principais marcos da sociedade brasileira nas últimas décadas. 

Afim de entender as percepções e as manifestações de rua e a natureza dos desafios à frente, é preciso ter uma visão de prazo mais longo sobre os principais avanços e percalços sociais e econômicos brasileiros. Tomando como pano de fundo indicadores objetivos em escala mundial empreendemos análise da trajetória social brasileira dos últimos 30 anos que corresponde ao período depois da Constituição de 1988. Evidenciamos avanços relativos não só na distribuição de renda, como na educação e na expectativa de vida brasileiras.  Simultaneamente, não fomos capazes de superar limitadores de performance econômica como a produtividade do trabalho e o equilíbrio fiscal. Tudo se passa como se neste período o social tenha avançado sem fundamentação econômica plena. Este descompasso seria indicativo da necessidade de reformas estruturais que alinhem os dois lados da equação socioeconômica, e permitam atender as aspirações brasileiras.

Veja a pesquisa em https://cps.fgv.br/percepcoes

 

Percepções da população sobre políticas públicas
Junho/2014

O Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) tem como objetivo principal apresentar um painel de indicadores de percepção da população voltados para subsidiar reflexões e ações do Estado e da sociedade. As pesquisas realizadas permitem verificar como a população de diferentes estratos e segmentos sociais percebe aspectos ligados ao desenho de diversas políticas públicas. Desta forma, o SIPS fornece subsídios ao Estado para compreender melhor e atuar de maneira mais efetiva no atendimento às demandas dos cidadãos e, também, proporciona instrumentos à sociedade para cobrar dos seus governantes ações mais aderentes às suas necessidades e anseios a partir de amostras representativas de seu conjunto. Com a iniciativa, o Ipea passa a ocupar um importante espaço na produção de dados primários e análises sobre percepção social ainda incipientes no país. Além de fornecer dados e análises sobre a percepção das pessoas, as pesquisas do SIPS permitem comparações internacionais. A iniciativa foi premiada, em 2013, pela Organização das Nações Unidas (ONU) por sua contribuição à pesquisa Meu mundo (My world), que aborda a escolha de temas prioritários com vistas à definição dos novos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) para o período após 2015. Esta publicação, em sua primeira parte, discute temas estruturantes para o país, a partir do olhar da população sobre o mundo do trabalho, a qualidade da educação pública, as causas da pobreza e os meios para a sua superação, a situação da mobilidade urbana e as questões de segurança pública e defesa nacional. A segunda parte, de caráter mais transversal, trata das percepções sobre estrutura social, valores e democracia no Brasil, mídia e meios de comunicação. Além destes temas, o livro trata da economia de felicidade, analisando o comportamento da felicidade dos brasileiros (individual e coletiva) e a relação entre satisfação com a vida e a renda em uma perspectiva internacional. Finalmente, propõe a criação de um índice subjetivo sintético para um conjunto de mais de cem países a partir de dezenas de perguntas sobre percepções aplicadas à questão do desenvolvimento humano. O livro traça, portanto, um rico panorama sobre as percepções dos brasileiros sobre aspectos de suas vidas e do país, em particular no tocante às políticas públicas, para as quais o Ipea visa acima de tudo contribuir.

Veja a pesquisa em https://cps.fgv.br/livros/percepcoes-da-populacao-sobre-politicas-publicas

 

O Futuro Social do Brasil: Imaginado pelos Brasileiros
Agosto2013

Artigo escrito para o livro da Academia Brasileira de Letras (ABL): "O Futuro do Presente: O Brasil Imaginado"

Veja o artigo em https://www.cps.fgv.br/cps/bd/docs/ABL_O_futuro_social_do_Brasil_Marcelo-Neri.pdf