A Nova Classe Média: Lado Brilhante dos Pobres
Sobre a pesquisa:
A cada PNAD a sociedade brasileira debate suas conquistas, percalços e desafios. Talvez a melhor novidade da nova PNAD seja que, apesar da crise internacional, não há novidade no bolso dos brasileiros: segundo nossos cálculos sobre os microdados, a renda média por brasileiro cresceu 2,04% no ano da crise apesar do repique do desemprego e da queda da taxa de ocupação. Pois há outros fatores possivelmente indo na direção contrária como formalidade, jornada de trabalho, salários, benefícios previdenciários e de programas sociais, tamanhos e tipos de famílias entre outras mudanças demográficas, trabalhistas. Precisamos saber as causas da mudanças do bolso (e dos ativos) dos brasileiros. Além da pergunta por que mudou? Precisamos saber quando mudou? Leia-se antes, durante e depois da crise internacional, ultrapassando a data da última PNAD para com dados factuais até julho de 2010 e projeções para o futuro. Num país grande, diverso e desigual como o Brasil a evolução da média esconde tanto quanto revela. É preciso também saber onde mudou? (região, estados, tipo de habitação etc), quem mudou? (mulheres, idosos, pretos etc) e em que estrato econômico essas pessoas estavam antes e estão agora. A presente pesquisa analisa a evolução das classes econômicas brasileiras (A, B, D, E e C que batizamos em pesquisa anterior de nova classe média brasileira, retratadas num nível maior de desagregação (C1, C2, D1 etc). Estas classes são definidas por suas rendas (trabalho, aposentadoria, programas sociais etc), seus bens de consumo (carro, duráveis, moradia etc), uso e acesso a ativos de produção (educação, internet, carteira de trabalho etc). Estes atributos permitem analisar o grau de sustentabilidade das transformações em curso (isto é, até que ponto mudou mesmo?)