Centro de Políticas Sociais

"A experiência positiva do professor Muhammad Yunus, no início dos anos 1970, inspirou outras iniciativas de oferta de empréstimos produtivos aos empreendedores de baixa renda. Nesse contexto, o Banco do Nordeste do Brasil S.A. (BNB), fundado em 1952, atualmente a maior instituição da América do Sul voltada para o desenvolvimento regional, implementou em 1998 um programa de microcrédito urbano, hoje o maior do país: o CrediAmigo, que completa 10 anos de atuação em 2008 e utiliza a metodologia de grupos solidários do Grameen Bank. O nível de escala e as características dessa iniciativa ofereceram uma excelente oportunidade  para a investigação ora publicada pela Fundação Getúlio Vargas. O CrediAmigo, importante política pública do governo federal, é auto-sustentável: internamente é tratado como unidade de negócios, não recebe benefícios fiscais, capta funding no mercado e cobre todas as despesas com as receitas geradas através dos encargos cobrados dos clientes.

A pesquisa comprova que o uso de crédito nos nanonegócios nordestinos cresceu a níveis mais altos que os do resto do país. Com isso, desvenda esse mistério por meio das informações disponíveis do programa CrediAmigo, que, ao longo de 10 anos, beneficiou cerca de 800 mil empreendedores com crédito e orientação empresarial, sendo a principal fonte de financiamento do setor informal na região. Mais de 60% dos clientes do CrediAmigo antes classificados como pobres saíram desta condição, sinalizando a eficácia do programa no combate à pobreza, adicionalmente ao efeito de ampliação do acesso ao crédito no Nordeste.

O estudo remete a desafios futuros, via ampliação do acesso a serviços financeiros para a população de baixa renda e outros instrumentos para a redução da desigualdade no país, a partir da integração das políticas públicas e da maior participação da iniciativa privada nesse segmento. O BNB, através do CrediAmigo, mantém o compromisso de ampliar sua atuação e atingir a meta de 1 milhão de clientes ativos até 2011."

Roberto Smith - Presidente do Banco do Nordeste do Brasil