Juventudes

JUVENTUDES
O FGV Social é um dos realizadores e apoiadores do "Atlas das Juventudes".
Veja também a síntese da nossa pesquisa no site do projeto (Jovens, População e Percepções).
 

 

Jovens - Projeções Populacionais

Num projeto intitulado Atlas das Juventudes, a representação espacial ocupa papel de destaque. Enfatizamos aqui nas mudanças e nos níveis de população e percepções da juventude brasileira vis a vis a global e a local.
Após manter-se por quase duas décadas com pouco mais de 50 milhões de jovens de 15 a 29 anos de idade, em níveis sem precedentes na história do país, o Brasil verá sua população nessa faixa etária voltar para baixo desse patamar a partir de 2021. O contingente jovem brasileiro pode chegar ao fim do século reduzido quase à metade de sua magnitude atual, diminuindo as possibilidades da prosperidade da nação. O Brasil não desce a onda jovem sozinho. Até 2060, o percentual de jovens vai diminuir em 95% dos 201 países com projeções populacionais. Atualmente, o Japão tem o menor percentual de jovens do mundo (14,7%), seguido de perto por Itália (15%), Espanha (15,3%), Grécia (15,9%) e Portugal (15,9%).
Entre as unidades da federação brasileira, o percentual de jovens é variado. O maior percentual de todos é observado no Amapá (29,1%), seguido de outros estados das regiões Norte. No extremo oposto, os menores percentuais de jovens estão no Rio de Janeiro (22,1%), Rio Grande do Sul (22,1%) e São Paulo (22,2%), seguidos por outros estados do Sul e Sudeste. A cidade mais jovem é Pracinha em São Paulo com 48,2% bem superior a Maldivas 32,67% (1o em 197 países). Cidade menos Jovem é Mato Queimado no Rio Grande do Sul com 11,99% bem menos que o Japão (país - jovem).  Dos 20 municípios menos Jovens 18 são gaúchos. 

Veja a pesquisa em https://cps.fgv.br/pesquisas/jovens-projecoes-populacionais-percepcoes-e-politicas-publicas

 

 

Juventudes, Educação e Trabalho: Impactos da Pandemia nos Nem-Nem

Qual foi o Impacto da Pandemia no Trabalho e no Estudo dos Jovens?  E nos Nem-Nem?

Estudos recentes realizados pelo FGV Social mostram uma alta vulnerabilidade dos mais jovens brasileiros em tempos de crise. Estes choques podem deixar marcas permanentes, o chamado efeito-cicatriz, sobre a trajetória de ascensão social de toda uma geração. Com base nessas evidencias, decidimos dedicar um olhar especial ao impacto da pandemia em curso no trabalho e no estudo dos jovens.de hoje (Geração Covid). 

Inicialmente, descrevemos através dos microdados da PNADC a evolução das combinações de status do binômio educação e trabalho entre jovens, em particular, que estão fora da ocupação no mercado de trabalho e de instituições educacionais. Essas estatísticas, os chamados “nem-nem” oferecem alternativa útil para descrever os maiores desafios desta fase de transição da infância à idade adulta no ciclo da vida dos indivíduos. A má notícia é que com a chegada da pandemia depois de 2019.4 (leia-se último trimestre de 2019) a taxa de jovens nem-nem que se encontrava em 23,66% acelera, chegando ao recorde histórico de 29,33% no segundo trimestre do ano, depois refluindo para 25,52% até 2020.4. 

O estudo aponta em tempo hábil, o que é fundamental para reações de política, especialmente no período de pandemia, marcadas perdas trabalhistas de ocupação para o conjunto dos jovens na pandemia, ampliando sobremaneira a magnitude das mesmas observadas nos últimos seis anos. Só na pandemia a desocupação na faixa de 15 a 29 anos sobe de 49,37% para 56,34%. Este é o fator dominante exercido nas medidas do uso do tempo dos jovens.  

Por outro lado, revelamos surpreendente queda da taxa de evasão escolar durante a pandemia, que se faz está presente em todos os grupos jovens, atingindo o nível mais baixo da série em 2020.4 com 57,95% de 15 a 29 anos, era 62,2% em 2019.4. A combinação entre falta de oportunidades de inserção trabalhista com menor cobrança escolar (presença e aprovação automáticas) podem explicar a menor evasão. De qualquer forma, há que tirar partido da oportunidade e, por exemplo, promover inclusão digital e novos conteúdos educacionais remotos. 

O estudo apresenta uma série de mapas que detalham estas mudanças entre estados brasileiros que tem uma serie de responsabilidades em relação a problemas que afligem aos jovens a começar pelo ensino médio, ações para desempregados, políticas de segurança e de transito e  entre outras. 

Por fim, há que se olhar para imagem invertida no espelho dos nem nem, enfocando também aqueles que exercem jornada dupla. É preciso incorporar os tons de cinza no diagnóstico e nas politicas propostas. As extensões das jornadas de trabalho e escolares determinam a performance nessas duas frentes. No que tange ações há que se buscar a conciliação entre estudo e trabalho graduando parâmetros de forma atender os objetivos de política finais, quais sejam o aprendizado e a geração de postos de trabalho. Incentivos a jornada reduzida de trabalho juvenil parece desejável sob as duas perspectivas, possibilitando melhor qualidade de ensino assim como socializar a geração de postos de trabalho num grupo maior de pessoas, com efeitos também sobre a equidade trabalhista. 

Veja a pesquisa em https://cps.fgv.br/pesquisas/juventudes-educacao-e-trabalho-impactos-da-pandemia-nos-nem-nem

 

Jovens – Percepções e Políticas Pública

Exploramos pesquisas sobre aspirações e avaliações dos jovens em escala global o que permite diferenciar a visão do jovem brasileiro. Captar também as novas direções seguidas na pandemia. A autoavaliação geral da felicidade dos jovens brasileiros captada pela média de satisfação com a vida no presente numa escala de 0 a 10 era 7,2 em 2013-14 e sofre uma queda para 6,7 em 2017-18. Este movimento de queda tem continuidade durante a pandemia passando de 6,7 em 2019 para 6,4 em 2020. Uma queda de 0,8 pontos como a ocorrida no Brasil, figurava como a 3ª mais alta em 132 países.  O nível 6,4 é o mais baixo da série brasileira de satisfação com a vida.  Além da avaliação geral da vida, abordamos emoções do dia a dia da juventude. Indicadores positivos (alegria) e negativos (preocupação e raiva) pioraram sobremaneira na grande recessão e em 2020 na pandemia. Indicadores negativos pioraram também em 2019, esta é a diferença a ser ressaltada.

Focamos aqui no estado de variáveis que ocupam lugar de destaque na agenda dos jovens como educação e meio ambiente. 41% dos jovens entre 15 e 29 anos estão satisfeitos com o sistema educacional em 2020 o menor nivel da série. Houve queda 375% maior no Brasil que num grupo de 40  paises entrtevistados durante a pandemia que funcionam como um grupo de controle. A proporçao de jovens brasileiros satisfeitos com os esforços empreendidos com a preservação do meio ambiente cai de 33,1% em 2015-18, para 27% em 2019 e depois 19% em 2020. 

Veja a pesquisa em https://cps.fgv.br/JovensPercebe

 

 

Juventude e Trabalho: Qual foi o Impacto da Crise na Renda dos Jovens? E nos Nem-Nem?

Os microdados da PNADC revelam que os jovens foram os maiores perdedores de renda do trabalho do período 2014 a 2019. Enquanto outros grupos tradicionalmente excluídos como analfabetos, negros e moradores da regiões Norte e Nordeste apresentam reduções de renda pelos menos duas vezes maior que a da média geral. Esta perda foi 5 e 7 vezes mais forte entre jovens de 20 a 24 anos e entre os jovens adolescentes, respectivamente. Há aumento na desigualdade de renda do trabalho no grupo de jovens, 41,2% maior que o aumento observado para o conjunto da população, indicando a necessidade de entender a dinâmica dos diversos segmentos juvenis. Senão vejamos: entre  o quarto trimestre de 2014 e o segundo trimestre de 2019 a perda de renda média acumulada de -14,66% dos jovens totais menos expressiva que a de alguns grupos de jovens:  15 e 19 anos (-26,54%), 20 e 24 anos (-17,76%), nordestinos (-23,58%) e analfabetos (-51,1%).

De maneira geral entre os jovens a renda da metade mais pobre caiu -24,24% contra -14,66% da média geral. Os fatores queda renda e aumento de desigualdade entre os jovens são os mesmos aumento de desemprego, redução de jornada de trabalho, queda do salário por hora/ano de estudo. Enquanto os anos de estudo e a participação trabalhista que são as variáveis mais sob controle dos jovens atenuam duplamente os efeitos desta recessão excludente.
Em meio a esta tragédia juvenil há algumas novas direções positivas. A partir do primeiro trimestre de 2017 as perdas da média e da desigualdade de renda desses jovens são interrompidas. O governo federal anuncia o lançamento de redução de encargos trabalhistas de cerca de 30% do primeiro emprego para jovens de 18 a 29 anos. Há melhoras ainda que modestas na frequência escolar do jovem. Mesmo assim, o resumo da ópera é ruim.  A proporção deles que não estudam nem trabalham sobe de 23,4% em 2014 para 26,2% 2019.

O objetivo deste estudo é caracterizar a evolução trabalhista e educacional dos jovens de 15 a 29 anos no período de crise. Disponibilizamos banco de dados interativo que permite explorar diversidade de trajetórias observadas neste segmento e seus fatores determinantes.

Veja a pesquisa em https://cps.fgv.br/juventude-trabalho