FGV Social fala sobre a percepção do brasileiro na The Economist

05/07/2021

O FGV Social esteve presente no caderno especial da The Economist sobre o Brasil. Pela 3ª vez em 12 anos, a revista traz a imagem icônica do Cristo Redentor em sua capa. Marcelo Neri, diretor do FGV Social, também esteve presente em todas as 3 reportagens falando sobre a realidade social brasileira.

A primeira vez que o monumento esteve na capa foi em 2009, com a estátua “decolando” – Momento em que o Brasil estava "prestes a decolar" (Brazil takes off). Em 2011, o FGV Social também fez referência a capa da revista na pesquisa “Os Emergentes dos Emergentes: Reflexões Globais e Ações Locais para a Nova Classe Média Brasileira”. Era o momento em que o Brasil se uniu à Rússia, Índia e China, formando o bloco dos BRICs, economias emergentes com rápido crescimento. Na capa da pesquisa, o Cristo Redentor levantava voo (assim como na The Economist) juntamente com os principais monumentos dos BRICS (veja o vídeo teaser da pesquisa com animações das imagens clicando aqui). 

Ainda vivíamos o boom da nova classe média ocupando destaque na agenda das empresas privadas, dos gestores públicos, dos políticos e dos demais brasileiros como em outros lugares. Numa época de estagnação global observada depois da crise internacional, a ascensão econômica e social de dezenas de milhões de pessoas contribuiu para manter a economia global girando. A pesquisa discutia aspectos globais e locais da ascensão dos brasileiros - analisando diferenças e semelhanças de grupos emergentes entre países emergentes.

O Cristo Redentor apareceu pela segunda vez na capa da revista em 2013, desta vez em queda após ter decolado (fazendo referência a capa de 2009) - "O Brasil estragou tudo?" (Has Brazil blown it?), anunciava a publicação. A revista mostrava que depois de crescer 7,5% em 2010, em plena crise mundial, o país cresceu só 0,9% em 2012.

Nesta terceira capa, em junho de 2021, o foco é a crise provocada pela pandemia do Covid-19.  O Cristo Redentor está agora “em coma” com uma máscara ligada a um tubo de oxigênio com a manchete “Na beira” (On the brink) na capa da revista especial e “A década sombria do Brasil” (Brazil's dismal decade) na capa principal. Segundo a publicação, com um especial de 10 páginas sobre o Brasil, o país enfrenta atualmente a maior crise desde o retorno à democracia, em 1985.

Marcelo Neri mostrou na matéria que as percepções de bem-estar do brasileiro ultrapassaram o crescimento do PIB, fazendo com que o brasileiro se sentissem melhor do que realmente estava. A The Economist mostrou os dados do FGV Social, a partir do Gallup World Poll, que entre 2006 e 2009 o Brasil subiu cinco posições no ranking de felicidade, indo para a 17ª posição entre 144 países.

Pesquisa recém lançada pelo FGV Social mostrou que o Brasil teve uma queda de 0,4 pontos na sua nota de felicidade em 2020, chegando a 6,1, o menor ponto da série histórica desde 2006. A queda da felicidade se dá nos 40% mais pobres (-0,8%) e no grupo do meio (-0,2) situados entre 40% a 60% da renda.  Já os grupos mais abastados mantiveram a satisfação com a vida. Ou seja, há aumento da desigualdade de felicidade na pandemia. A diferença de satisfação com a vida entre os extremos de renda que era de 7,9% em 2019 sobe para 25,5%. A pesquisa também mostrou medidas pontuais de bem-estar que pergunta emoções sentidas em quantidades relevantes na véspera da pesquisa, como o sentimento de raiva, preocupação, estresse, tristeza e divertimento. A sensação de raiva entre os brasileiros subiu de 19% em 2019 para 24% em 2020, uma mudança de 5 pontos de porcentagem. No mundo este avanço foi de 0,8% pontos percentuais. Ou seja, a raiva aumenta 4,2 pontos percentuais a mais no Brasil durante a pandemia que no resto do mundo. Similarmente: preocupação, stress e tristeza subiram, respectivamente 3,6, 2,9 e 2,2 pontos percentuais a mais no Brasil do que no resto do mundo. Todos os indicadores subjetivos de bem-estar considerados pioraram mais no Brasil na pandemia que a média dos 40 demais países analisados.

Veja a recém lançada pesquisa do FGV Social “Bem-Estar Trabalhista, Felicidade e Pandemia”: https://cps.fgv.br/FelicidadeNaPandemia

Confira as 3 reportagens de capa da The Economist:

The Economist 2021 - https://www.cps.fgv.br/cps/bd/clippings/yc0807.pdf

The Economist 2013 - https://www.cps.fgv.br/cps/bd/clippings/ipc1871.pdf

The Economist 2009 - https://www.cps.fgv.br/ibrecps/clippings/The_Economist_14.11.2009.pdf