Capitalismo e Distribuição de Renda – FGV Social no II Rio Money Fórum

15/07/2019

Marcelo Neri realizou palestra no “II Rio Money Fórum” que teve em sua abertura o vice-presidente da república General Hamilton Mourão. Neri falou sobre trabalho e distribuição de renda no painel “Capitalismo e os Fatores de Produção”. Participaram também do painel o Diretor do DIORF do Banco Central, João Manoel Mello e o Presidente Executivo da ABBI, Bernardo Silva; o Presidente da Sociedade Nacional da Agricultura, Antonio Alvarenga atuou como moderador. 

No Fórum, Neri avaliou avanços e percalços do capitalismo brasileiro e global do período pós 1990. Um dos dados levados por Neri foi a do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano, que é medido através de indicadores de saúde/expectativa de vida, educação e renda). De 1991 até 2010, a porcentagem de municípios brasileiros com um baixo IDH caiu de 85% para 0,6%. Segundo Neri, um dos problemas do Brasil é a falta de conexão do ganho social com a economia; o país teve conquistas sociais importantes, mas não fez as mudanças econômica necessárias: “tivemos um ganho de 1 ano de expectativa de vida a cada 3 anos, mesmo assim, não fizemos a reforma da previdência. O Brasil gasta 13% do PIB em previdência contra 10% do Japão que tem uma proporção de idosos 3,5 vezes maior e que vai crescer 488% nos próximos 50 anos”. Desconexão semelhante se aplica entre avanços de escolaridade e estagnação da produtividade do trabalhador, explica. Olhando para o período presente, estamos há 17 trimestres consecutivos com aumento da desigualdade de renda do trabalho; para Neri esse aumento ajuda a explicar o porquê está difícil a retomada do crescimento (veja o vídeo da apresentação abaixo e acesse o material do fórum).

A desigualdade tem sido acompanhada de perto pelo FGV Social - Vide pesquisa “Qual foi o impacto da crise sobre a pobreza e a distribuição de renda ?", e notinha publicada pelo jornalista Ancelmo Gois, com novos dados do FGV Social, sobre o tema: “A economia tem produzido muita notícia ruim. O PIB per capita trimestral, por exemplo, foi de miúdos 0,2% nos últimos quatro trimestres. Talvez por causa disso, passou despercebido, o crescimento da renda média do trabalhador brasileiro, de 2,6% no mesmo período. “Isso talvez ajude a entender por que o consumo das famílias cresceu 0,6%, funcionando como uma boia de salvação da economia”. O que atrapalhou foi o aumento da desigualdade, em 1%. “Ou seja: os trabalhadores mais pobres, que gastam mais, perderam mais”.

Veja a reportagem da Revista Conjuntura Econômica sobre o evento