O Capital dos Idosos - Neri, Marcelo Cortes, Carvalhaes, Luisa, Costilla, Hessia Guillermo, Monte, Samanta

Janeiro/2003

Sobre o paper: 

Este artigo tem como objetivo avaliar o acesso aos diversos tipos de capital por diferentes grupos etários. A disponibilidade de novas fontes de dados fornece, para isso, condições inéditas no caso brasileiro. A análise da posse de recursos foi estruturada em três grupos básicos: capital físico (ativos financeiros, bens duráveis, moradia e serviços públicos); capital humano (escolaridade, treinamento, experiência e saúde); e capital social (participação em partidos políticos, sindicatos, associações e estrutura familiar).

Conferimos especial ênfase à quantificação do capital das pessoas com idade superior a 60 anos. Esse segmento totalizou 14,5 milhões de brasileiros, segundo o Censo Demográfico de 2000, praticamente triplicando a população com mais de 60 anos que existia em 1970, conforme pode ser visto no Gráfico 1. Na última década a população acima de 60 anos cresceu 47%, comparado a um aumento de 15,7% da população total.

A análise dinâmica aqui empreendida tem como objetivo avaliar a taxa de acesso de uma geração a um determinado recurso. Em termos metodológicos, o ideal seria que dispuséssemos de dados de painel de longa duração, de forma que se pudesse acompanhar a história de pessoas específicas. Na falta dessa informação utilizamos coortes, também conhecidas como pseudopainéis, em que usamos pesquisas de sucessivos anos para acompanhar a taxa de acesso de uma dada geração ao longo do tempo, unindo os dados entre os sucessivos anos de um grupo com o mesmo ano de nascimento. Procuramos, dessa forma, ter uma dimensão mais exata da trajetória do ciclo da vida de uma dada variável dos idosos de hoje.