Inflação, Indexação Salarial e a Teoria da Renda Permanente -

Maio/1996

Sobre o paper: 

O artigo estuda os efeitos da inflação e da indexação salarial no comportamento relacionado às poupanças de curto prazo nas unidades domiciliares. O artigo propõe um arcabouço de otimização intertemporal de utilidade no qual os indivíduos enfrentam um cenário de alta inflação e um sistema de indexação salarial que reestabelece o valor real dos rendimentos em intervalos fixos de tempo. Uma vez que nenhum tipo de empréstimo é permitido, a interação entre a tendência de queda real dos rendimentos entre os ajustes salariais e um processo padrão de suavização do consumo gera uma frequência alta de estoques de poupança. Apesar desses estoques de poupança serem relativamente modestos (até metade dos rendimentos mensais agregados), eles são extremamente sensíveis a mudanças na frequência de ajustes salariais.

O principal resultado testável é uma equação de demanda para ativos que cai com a frequência de ajustes salariais e aumenta com a taxa de inflação. O artigo mostra que a experiência brasileira recente apresenta elementos especiais que nos permitem estimar a equação de demanda por ativos proposta. A principal variável explicativa resume a evolução da Legislação Brasileira de Salários entre 1964 e 1989. Ademais, as quatro mudanças na frequência de ajustes salariais que ocorreram nesse período oferecem uma oportunidade de analisar os efeitos de ajustes observáveis no regime de indexação salarial (i.e. o processo microdinamico de renda) sobre as decisões de poupança das famílias.