Os últimos microdados da PNADC disponíveis revelam que os jovens foram os maiores perdedores de renda do trabalho nos últimos cinco anos. Enquanto outros grupos tradicionalmente excluídos como analfabetos, negros e moradores da regiões Norte e Nordeste apresentam reduções de renda pelos menos duas vezes maior que a da média geral. Esta perda foi 5 e 7 vezes mais forte entre jovens de 20 a 24 anos e entre os jovens adolescentes, respectivamente. Há aumento na desigualdade de renda nesse grupo de jovens, 41,2% maior que o aumento observado para o conjunto da população, indicando a necessidade de entender a dinâmica dos diversos segmentos juvenis. Senão vejamos: entre o quarto trimestre de 2014 e o segundo trimestre de 2019 a perda de renda média acumulada de -14,66% dos jovens totais menos expressiva que a de alguns grupos de jovens: 15 e 19 anos (-26,54%), 20 e 24 anos (-17,76%), nordestinos (-23,58%) e analfabetos (-51,1%).
De maneira geral entre os jovens a renda da metade mais pobre caiu -24,24% contra -14,66% da média geral. Os fatores queda renda e aumento de desigualdade entre os jovens são os mesmos aumento de desemprego, redução de jornada de trabalho, queda do salário por hora/ano de estudo. Enquanto os anos de estudo e a participação trabalhista que são as variáveis mais sob controle dos jovens atenuam duplamente os efeitos desta recessão excludente.
Em meio a esta tragédia juvenil há algumas novas direções positivas. A partir do primeiro trimestre de 2017 as perdas da média e da desigualdade de renda desses jovens são interrompidas. O governo federal anuncia o lançamento de redução de encargos trabalhistas de cerca de 30% do primeiro emprego para jovens de 19 a 25 anos. Há melhoras ainda que modestas na frequência escolar do jovem. Mesmo assim, o resumo da ópera é ruim. A proporção deles que não estudam nem trabalham sobe de 23,4% em 2014 para 26,2% 2019.
O objetivo deste estudo é caracterizar a evolução trabalhista e educacional dos jovens de 15 a 29 anos. Disponibilizamos abaixo banco de dados interativo que permite explorar diversidade de trajetórias observadas neste segmento e seus fatores determinantes.
>> Esta pesquisa corresponde à parte inicial do projeto Atlas das Juventudes realizado em parceria com outras instituições.
Visite o site da pesquisa em https://cps.fgv.br/juventude-trabalho