O diretor do FGV Social, Marcelo Neri, realizou a palestra “Crescimento inclusivo sustentável? Interpretações para a administração pública e privada brasileira”. Organizado pela EBAPE (Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da FGV) e pela Academia Brasileira de Ciência da Administração, o evento foi também a aula magna dos alunos do pré-douturado da Rennes School of Business, programa conduzido pela DINT-FGV (Diretoria Internacional da FGV). Bianor Cavancanti, diretor DINT, realizou a fala de abertura. Também esteve presente no evento o Presidente da Academia Brasileira de Ciência da Administração - Paulo Motta.
Em sua palestra, Marcelo Neri falou do desenvolvimento brasileiro através de uma visão global e histórica; mostrando os desafios públicos e privados a partir dos vetores de mudanças sociais. Na primeira parte da palestra o público assistiu a um retrato global. Neri mostrou a distribuição de renda entre os países dos BRICS comparado aos Estados Unidos e ao mundo: “O Brasil é um bom espelho do mundo, já que o país está presente em todas as faixas de distribuição: os pobres brasileiros são tão pobres quanto os intocáveis indianos e a parcela mais rica brasileira é tão rica quanto os abastados russos. ”
Neri também demonstrou que o Brasil seguiu o caminho do meio: a renda da população cresceu principalmente na base - Entre 1990 e 2015 a extrema pobreza caiu 70% no mundo e 73% no Brasil devido a combinação de crescimento com equidade).
Os desafios estratégicos brasileiros também foram analisados na palestra: “O Brasil ficou para traz em termos de produtividade. Estamos entregando resultados sociais e não econômicos. O Brasil avançou em escolaridade nas últimas décadas, mas não conseguiu avançar em produtividade. Similarmente, avançamos em expectativa de vida, mas não reformamos a previdência”.
Também mostrou o fenômeno da onda jovem de longa duração - apelidada de “pororoca jovem”: “A juventude do Brasil nunca foi tão grande na nossa história pregressa nem nas projeções futuras. Entre 2003 até 2023 temos 51 milhões de brasileiros entre 15 e 29 anos. O jovem foi o grande perdedor da crise dos últimos anos.”
Neri realizou a conexão das mudanças demográficas e de renda dos brasileiros com a performance de vendas do setor de varejo privado; assim como avaliou as principais mudanças setoriais e espaciais derivadas, contemplando uma perspectiva empresarial.
Dados locais sobre a situação do Rio de janeiro também foram apresentados. Neri mostrou a “gangorra fluminense”: “A capital e a periferia do Grande Rio têm vivido situações diversas nos últimos anos. Em 2016, a renda real na periferia caiu 8,1% enquanto a capital subiu 6% protegido pelos preparativos olímpicos. Em 2017, a gangorra virou e a periferia recuperou 3,3%; a capital passou a perder 7,5% no período pós-Olímpico. ”
Confira os materiais do evento:
Slides da palestra - https://www.cps.fgv.br/cps/bd/docs/Neri_FGV_Social_AADM.pdf
Vídeos
Parte 1 (18’38’’)
Parte 2 (24’03’’)
Vídeo - Parte 3 (21’37’’)