Qual foi o Impacto Imediato da Pandemia do Covid sobre as Classes Econômicas Brasileiras?
Coordenação: Marcelo Neri (FGV Social)
Dados inéditos até Julho/2020 – Dados por regiões do Brasil e por estados
Levantamento de classes econômicas brasileiras realizado a partir de dados factuais coletados durante a pandemia mostra que o número de pobres no Brasil (rendas per capita menores que ½ salário mínimo) caiu 13,1 milhões entre 2019 e julho de 2020. Uma queda de 20,69%, ritmo muito superior ao observado em momentos de boom social no Brasil, como nos períodos seguintes ao lançamento dos planos de estabilização como o Cruzado em 1986 e o Real em 1994. Já os estratos com rendas per capita acima de dois salários mínimos per capita perderam 5,8 milhões de pessoas em plena pandemia. Ambos os movimentos, aliados ao crescimento populacional do período, impulsionam o contingente intermediário compreendido entre os dois intervalos. Portanto, o miolo da distribuição de renda tupiniquim cresceu em cerca de 20,5 milhões de pessoas. Portanto, o miolo da distribuição de renda tupiniquim cresceu em cerca de 20,5 milhões de pessoas, quase meia população Argentina. A queda populacional simultânea no topo e na base da distribuição se deve a combinação dos efeitos econômicos deletérios da pandemia à adoção de medidas para mitigar os seus efeitos, como a concessão do Auxílio Emergencial. Lembrando que essas diferenças incorporam o crescimento da população brasileira no período (1, 6 milhões). As taxas de redução de pobreza no Nordeste e Norte, regiões que possuem maiores parcelas do público-alvo do Auxílio Emergencial, foram superiores às demais.
Para além das mudanças de renda, a PNAD Covid de Julho de 2020 afere alguns comportamentos em relação à pandemia nos diferentes estratos econômicos. O segmento mais pobre, que é alvo do Auxilio Emergencial, apresenta taxas mais altas de isolamento social, por exemplo, 27,8% deste grupo ficou rigorosamente isolado e 48,3% ficou em casa e só saiu por necessidade básica, nível superior em 4 a 5 pontos de porcentagem em relação ao total da população. Estes resultados sugerem que o Auxilio Emergencial impactou não só a renda, mas também os comportamentos mais ajustados às necessidades impostas pela pandemia. Porém, a manutenção deste auxílio não se mostra fiscalmente sustentável.
>> Veja a pesquisa em www.fgv.br/cps/CovidEClasses
Veja o vídeo em https://cps.fgv.br/videos/qual-foi-o-impacto-imediato-da-pandemia-do-covid-sobre-classes-economicas-brasileiras
Qual foi o Impacto Imediato da Pandemia do Covid sobre as Classes Econômicas Brasileiras?
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