O Centro de Políticas Sociais (CPS) divulgou , em coletiva de imprensa realizada no prédio da Barão de Itambi, a pesquisa “Mapa da Inclusão Digital” – realizada em parceria com a Fundação Telefônica. O trabalho é o primeiro de uma série de estudos sobre inclusão digital e mapeamento de diversas formas de acesso à tecnologia digital no Brasil produzido a partir de microdados do novo censo brasileiro do IBGE e de mais de 150 países.
A pesquisa , lançada 10 anos depois do “Mapa da Exclusão Digital”, avalia a qualidade do acesso, seus usos e retornos, em uma perspectiva de atuação integrada que possibilitará elevar o nível de bem-estar social da população de maneira sustentável e que servirá de subsídio para o monitoramento dos indicadores que compõem a metas do milênio da ONU. “O Brasil é o espelho da inclusão/exclusão digital do mundo”, disse o economista-chefe do centro, Marcelo Neri, ao comentar que o percentual de domicílios com acesso a rede, no Brasil, é semelhante ao mundial – 33%.
O estudo responde a perguntas sobre a evolução do binômio inclusão/exclusão digital no país, como o brasileiro acessa a internet, os locais mais utilizados e os fatores que determinam a exclusão de parcela da população do acesso à rede. A partir daí, desenha-se metas e políticas de inclusão digital. “Ao analisarmos as razões da exclusão, percebemos que as políticas públicas devem passar primeiro pela educação digital, pois o custo e a dificuldade de acesso não são principais impeditivos do acesso à internet no país”, revelou o economista.
Os dados apresentados pelo estudo também mostram que o Brasil é 63º lugar entre os 154 países mapeados pela FGV, ficando atrás da Grécia, Rússia e Argentina . O município paulista de São Caetano apresenta o maior índice do país de acesso a internet em casa (69%), enquanto em Aroeiras, no Piauí, esse percentual é igual a zero.
No Rio de Janeiro, o percentual de acesso equivale ao da Islândia, com 94% dos lares conectados, e a favela Rio das Pedras – menor percentual da cidade, 21% – assemelha-se ao Panamá. Já a avenida Sernambetiba, na Barra da Tijuca, possui a maior porcentagem de domicílios com internet do município, com índices comparáveis aos dos países nórdicos, líderes do ranking mundial. “Lembrando Zuenir Ventura, estamos na cidade digital partida”, analisa Neri.
A pesquisa “Mapa da Inclusão Digital” está disponível em www.fgv.br/cps/telefonica. No endereço também é possível encontrar um simulador que cruza diversos dados da pesquisa, como classe social, gênero e município.
* na foto, Marcelo Neri e Luciene Dias, representante da Fundação Telefônica