Os Efeitos Macroeconômicos das Transferências Sociais: Uma Abordagem de Matriz de Contabilidade Social

As transferências do governo para indivíduos e famílias desempenham papel central no caso brasileiro, representando quase 14 por cento do PIB em 2009. Embora seus impactos fiscais e redistributivos já tenham sido amplamente estudados, os efeitos macroeconômicos das transferências são mais raros. Construímos uma Matriz de Contabilidade Social (MCS) referente a 2009 e estimaram os multiplicadores contábeis de curto prazo para sete transferências monetárias governamentais distintas . A MCS é uma matriz quadrada de dupla entrada que descreve os fluxos de renda da economia.

Portuguese, Brazil

O Novo Federalismo Social e o Rio: Desenho de Programas Complementares de Transferência de Renda Condicionada

A política pública brasileira entrou num novo federalismo social. Estados e municípios atuam integrados sobre a plataforma do Programa Bolsa Familia (PBF), complementando ações federais com inovações locais. O estado e o município do Rio de Janeiro criaram programas, chamados respectivamente, Renda Melhor (RM) e Família Carioca (FC) lançando mão da estrutura operacional do PBF, que facilita obter informações, localizar beneficiários, emitir cartões, sincronizar datas de pagamentos e senhas, além de introduzir novas condicionalidades.

Portuguese, Brazil

Microinsurance: Income Risk, Social Security and the Demand for Private Insurance by Low-Income Families

Insurance provision against uncertainties is present in several dimensions of peoples´s lives, such as the provisions related to, inter alia, unemployment, diseases, accidents, robbery and death. Microinsurance improves the ability of low-income individuals to cope with these risks. Brazil has a fairly developed financial system but still not geared towards the poor, especially in what concerns the insurance industry.

English

Inflation and Consumption

Marcelo Neri
March, 1990

Abstract: 

The book seeks to study the causes behind the consumption boom triggered by the Cruzado Plan through the construction and simulation of theoretical models. It explores the consumption and financial behavior of family units in a chronically inflationary and indexed economy. It also considers in detail some institutional features of the Brazilian economy, especially those related to the financial circulation of household units. Later based on these models we analyse the leading economic indicators during the Cruzado Plan year. The main conclusion resulting from this work is that although a significant share of demand increase can be credited to the adoption of expansionary monetary, fiscal, wage and credit policies, a substantial part of the observed expansion of the economy was due to endogenous mechanisms related to consumption and financial decisions, activated by the disinflation process itself. 

Inflação e Consumo

Marcelo Neri
March, 1990

Abstract: 

Este livro visa abordar, através da construção e simulação de modelos teóricos, algumas causas da explosão de consumo desencadeada pelo Plano Cruzado. Procuramos inicialmente captar o comportamento consumidor e financeiro das unidades familiares numa atmosfera cronicamente inflacionária e indexada. Exploraremos em profundidade algumas características institucionais pertinentes à experiência brasileira recente, em especial no que tange à configuração da órbita financeira dos consumidores. Posteriormente, à luz desses modelos, faremos a análise de conjuntura do ano do Cruzado. A principal conclusão resultante deste trabalho é que, embora significativa parcela do aumento aumento de demanda verificado possa ser creditada à adoção de políticas monetárias, fiscais, creditícias, e salariais deliberadamente expansionistas, grande parte desse aquecimento da economia se deveu à operação de alguns mecanismos endógenos acionados pelo próprio processo desinflação.

O plano geral do livro é o seguinte: o primeiro capítulo discute as principais influências da inflação sobre o consumo encontradas na literatura, procurando assim fixar um referencial teórico mais abrangente aos modelos a serem desenvolvidos nos capítulos posteriores. O ponto central será a análise do mecanismo de poupança forçada, em especial seus fundamentos microeconômicos via-à-vis algumas especificidades do contexto brasileiro pré-Cruzado. Ao final do capítulo, analisaremos os principais efeitos das incertezas associadas ao processo inflacionário sobre a decisão de consumo individual.

O segundo capítulo aborda a adoção de comportamentos defensivos contra o impacto da inflação sobre o formato do fluxo de caixa de agentes cujos salários são indexados sob o sistema de reposição periódica de pico. O resultado mais forte deduzido de nosso modelo será a existência de um estoque médio de poupança intra-reajustes positivamente relacionado com a taxa de inflação e inversamente relacionado com a periodicidade existente entre as recomposições de pico de renda real. O nosso ponto de chegada será estudar, através do replanejamento desse estoque médio de poupança associado a mudanças de patamar inflacionário e principalmente das cláusulas de indexação salarial, uma nova dimensão das influências do binômio inflação-indexação sobre decisões das unidades familiares em consumir e em demandar ativos financeiros.

O propósito do terceiro capítulo é prover uma racionalização micro para a incidência e a fuga do imposto inflacionário por parte das unidades familiares. Desenvolveremos um modelo de demanda por ativos transacionais dentre da linha determinística inaugurada por Baumol (1952) e Tobin (1956), com características institucionais pertinentes à experiência brasileira recente. Visamos basicamente entender, através desse modelo, as alterações do comportamento financeiro de consumidores de níveis de renda diferenciados e do poder de compra final de suas respectivas rendas num contexto de transição inflacionária. Ao final do capítulo, investigaremos detalhadamente a existência de uma alta regressividade na incidência das perdas associadas ao imposto inflacionário, o que, aliado à progressividade da propensão marginal a poupar, se complementará na análise dos adversos (benéficos) efeitos de aumento (queda) da taxa de inflação sobre o nível de consumo agregado.

 O papel do último capítulo será basicamente avaliar os impactos dos argumentos que tratam das influências da inflação sobre o consumo desenvolvidos nos capítulos anteriores, no específico contexto da desinflação do Plano Cruzado. Procuramos, assim, oferecer ao leitor uma interpretação consistente para a análise da surpreendente bolha de consumo surgida após o lançamento do programa de estabilização. Inicialmente, faremos uma síntese não só do papel desempenhado por cada um dos principais itens contidos no programa de 28 de fevereiro de 1986 no processo de exacerbação do consumo, bem como dos elementos do debate surgidos em torno do tema. Em seguida, realizaremos simulações a partir dos modelos desenvolvidos nos Capítulos 2 e 3, respectivamente, em cenários consistentes com a transição inflacionária do Cruzado. E, por último, mas não menos importante, apresentaremos as nossas principais conclusões teóricas e práticas advindas do explosivo comportamento consumista observado no Ano Cruzado.

Cobertura Previdenciária

Marcelo Neri
September, 2003

Abstract: 

"Trabalhando com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD, do IBGE, o autor busca avaliar quais são as principais variáveis que determinam a não contribuição à Previdência Social. Sua apresentação une, de maneira particularmente instigante, o rigor metodológico no tratamento dos dados com a apresentação didática e intuitiva de suas hipóteses, o que torna a leitura do trabalho agradável e proveitosa para um amplo público. O estudo, assim, constitui uma contribuição importante ao debate, apontando alternativas para o desafio de incorporar uma parcela cada vez maior de trabalhadores à Previdência Social, aumentando sua efetividade e buscando os ajustes necessários ao nosso sistema de proteção social"

Helmut Schwarzer - Ex-Secretário de Previdência Social

Superação da Pobreza e a Nova Classe Média do Campo

Marcelo Neri, Luisa Melo e Samanta Monte
November, 2012

Abstract: 

O crescimento médio tupiniquim dos últimos anos esteve longe de ser um grande espetáculo do crescimento. Se apontarmos o binóculo para a plateia: quem se sentou na primeira fila e quem perdeu o show das rendas crescentes? No período de 2001 a 2009, a renda dos 10% mais pobres no Brasil subiu 69,08%. Esse ganho cai paulatinamente à medida que nos aproximamos do topo da distribuição, atingindo 12,8% entre os 10% mais ricos, taxa de crescimento mais próxima da média que a dos pobres. Os mais pobres experimentam crescimento à semelhança do chinês. Os mais ricos se veem num país estagnado, como sugere uma manchete do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) que não enxerga desigualdade. A renda cresceu mais nas pobres áreas rurais do que nas cidades pequenas, médias ou grandes. Similarmente, a renda do Nordeste subiu mais que no “Sudeste maravilha”. Os setores de atividade com desempenho acima da mé- dia incluem aqueles que abrigam a parcela de pessoas menos escolarizadas, como as que trabalham com serviços domésticos, construção e agricultura. De maneira geral, a renda de grupos tradicionalmente excluídos, como negros, analfabetos, mulheres e nordestinos, assim como moradores das periferias, campos e construções, cresceu mais no século XXI. Essa tendência é contrastante com a de países desenvolvidos e a de outros países emergentes, como os demais do grupo BRICS(Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), nos quais a desigualdade cresce a olhos vistos. Mais do que o país do futuro entrando no novo milênio, o Brasil, último país do mundo ocidental a abolir a escravatura, começa a se libertar da herança escravagista.

O objetivo deste livro é descortinar o admirável mundo novo no campo mais tradicional dos estudos de pobreza, aqui e alhures, que é a área rural. Se a nova pobreza brasileira fica na periferia e nas favelas das grandes cidades, a velha pobreza continua no campo. Agora existe uma gama de grupos emergentes no velho Brasil que precisam ser identificados e estudados nas suas particularidades. O Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV) vem há mais de uma década se caracterizando pelo processamento e análise em primeira mão de cada safra de microdados colhida, analisando a distribuição de renda lato senso e indicadores de pobreza. Há alguns anos, estendemos a análise da pobreza absoluta para outros segmentos da população. Em particular, passamos a acompanhar a evolução das classes econômicas E, D, C e AB. Os sociólogos podem relaxar, pois não estamos falando de classes sociais (operariado, burguesia, capitalistas etc.), mas de estratos econômicos. Leia-se “dinheiro no bolso”, essa que seria segundo os economistas a parte mais sensível da anatomia humana. Nova classe média foi o apelido que demos à classe C anos atrás. Chamar a pessoa de classe C soava depreciativo, pior do que classe A ou B, por exemplo. Nova classe média dá o sentido positivo e prospectivo daquele que realizou ? e continua a realizar ? o sonho de subir na vida. É preciso combinar os instrumentais de análise da pobreza enquanto insuficiência de renda e aplicar as transformações em curso. A opção foi alinhar nossas inovações na metodologia de análise na profícua literatura de medidas de pobreza e de bem-estar social baseadas em renda domiciliar per capita e suas relações com o mercado de trabalho e a educação. A partir desse ponto de partida, incorporamos outras dimensões fundamentais, como os temas de sustentabilidade e sensibilidade das pessoas sobre suas vidas. O primeiro caso trata das relações concretas entre fluxos de renda e a acumulação de estoques de ativos abertos em duas grandes frentes: a do consumidor e a do produtor. O segundo adentra pela literatura subjetiva acerca de percepções e felicidade. Ou seja, classe econômica baseada em renda é apenas o passo inicial da metodologia aqui empregada fornecendo um referencial útil inicial para alinhar as mudanças de ativos e de percepções de segmentos da sociedade. Em suma, buscamos neste livro mapear o trajeto entre a velha pobreza e a nova classe média do campo, seus avanços, percalços, assim como os desafios que se colocam pela frente. Oferecemos complementarmente um site na internet que permitirá, a cada um, olhar para questões de interesse no campo desde uma perspectiva própria.

Marcelo Neri

"O trabalho de Marcelo Neri é uma leitura indispensável para entender as profundas mudanças sociais ocorridas no Brasil nos últimos anos." Luiz Inácio Lula da Silva

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Gostaria de sugerir a todos que se dedicam ao tema da redução da pobreza a leitura do livro de Marcelo Neri. Ele é um dos brasileiros que têm ajudado o Brasil a combater a pobreza e a miséria" Presidente Dilma Rouseeff

"Superação da Pobreza e a Nova Classe Média no Campo, de Marcelo Neri, traz novas luzes para a intensidade das mudanças que vêm ocorrendo no meio rural." José Graziano da Silva - Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO)

*Confira o site do livro
*Apresentação do livro em slides (Versão em Inglês)
*Acesse a nota com outros links de interesse

Baixe o livro no botão abaixo:

Retratos da Deficiência no Brasil

Marcelo Neri
October, 2003

Abstract: 

A pesquisa foi desenvolvida pelo Centro de Políticas Sociais (CPS)  com o objetivo de subsidiar políticas e ações dos setores público, privado e da sociedade civil voltadas para as pessoas com deficiência. Identificamos o perfil sócio-econômico-demográfico deste segmento, descrevemos as políticas que visam proporcionar a inserção social das pessoas com deficiência nas áreas de saúde, educação, transferência de renda, acessibilidade e de inserção trabalhista, avaliando as práticas correntes e possíveis ações complementares. O resultado é composto por um livro e um banco de dados de dois CDs acoplado de softwares de busca. O banco de dados é baseado na aplicação de técnicas empíricas a dados estatísticos, em particular através do processamento de uma formidável coleção de microdados e da consolidação de informações secundárias e de diversos órgãos (IBGE, Seade, MTE, MS, MEC, MPS, MAS, CORDE, OIT dentre outros), permitindo responder questões como quantos são, quem são, onde moram, o que fazem, em que setores trabalham, onde estudam, se recebem benefícios sociais, que tipo de ativos dispõem, se tem acesso a serviços de saúde e outras. Estas informações estão disponibilizadas através de tabelas e um software interativo que permite traçar mapas sob medida. Há ainda um banco de referências bibliográficas e legais em diversas áreas do conhecimento voltadas para as pessoas com deficiência.

Veja a pesquisa em: http://cps.fgv.br/pesquisas/diversidade-retratos-da-deficiencia-no-brasil  

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