A reversão da Bolsa e da confiança empresarial prospectiva não chegou ao bolso dos demais brasileiros mas a deterioração social e trabalhista perde força. Após chegar a -5,6% depois de quedas sucessivas e crescentes desde o 3º trimestre de 2015, a renda média passa a cair menos (-3,8%) em 12 meses, mas ainda não sabemos se é um W ou um V. Os trimestres encerrados em julho e agosto revelam quedas menores em relação aos mesmos trimestres de 2015: -4,8% e -3,7%, respectivamente. Complementarmente, a desigualdade entre brasileiros, que subia a 1,8% ao ano, passou a subir 1%, indicando outra frente na redução da perda social observada.
“Não dá para comemorar, pois estamos falando de perdas menores. Talvez o ponto mais crítico da crise tenha ficado para trás. A dúvida é se a recuperação será em forma de V ou W" (referindo-se à possibilidade de a perda de intensidade na queda da renda não se sustentar e voltar a acelerar nos próximos meses). "Mas julho e agosto são consistentes com a ideia de que a força da crise no aspecto social se dissipou.", diz Marcelo Neri, do FGV Social.
No ápice da crise, sofreram as maiores perdas de rendimento as pessoas com 1 a 3 anos de estudo, os jovens, chefes de família e moradores das periferias metropolitanas. Os que menos perderam foram as mulheres e moradores das capitais. E os que ganharam foram os (as) cônjuges que entraram no mercado de trabalho para compensar as perdas dos demais familiares. Outro ponto é que o efeito da inflação (responsável pela redução de renda real), que dominava o efeito da escalada do desemprego desde o começo da crise, perde força.
Veja a matéria completa da Folha de S. Paulo - "Queda na renda desacelera a partir do terceiro trimestre" - http://www.compaso.com.br/clipping/sc306.pdf e a coluna do Ancelmo Gois no Jornal O Globo - http://www.compaso.com.br/clipping/sc300.pdf
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Crescimento, Equidade e Bem-Estar Social - Anual
Crescimento, Equidade e Bem-Estar Social Trabalhistas
Taxas de Crescimento 12 meses entre Trimestres