CPS lança a pesquisa "O Início, o Fim e o Meio Digital"

01/08/2012

O Centro de Políticas Sociais (CPS) divulgou no dia 31/07, em coletiva de imprensa, seu novo estudo “O Início, o Fim e o Meio Digital: Cobertura, Capacidades e Convergência”, realizado em parceria com a Fundação Telefônica. Usando microdados recém-disponibilizados do Censo 2010 e dados digitais de mais de 150 países, a pesquisa dá continuidade aos estudos sobre inclusão digital e mapeamento do acesso às tecnologias digitais iniciados com o “Mapa da Inclusão Digital”, divulgado em maio deste ano.

O estudo acompanha a difusão e uso de diferentes Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) na sociedade, tanto em perspectiva macro – por país – quanto regional, mapeando estados, cidades brasileiras e bairros, a partir da criação de um indicador sintético integrado de Telefonia, Internet e Celular, o ITIC. “O Brasil está no meio do mundo digital”, comentou o economista-chefe do CPS, Marcelo Neri, ao comparar o valor do índice no país, de 51,25%, com a média mundial de 49,1%. A pesquisa revela que a Suécia é o país mais incluído do mundo, enquanto a República Centro-Africana é o que menos possui acesso a tais tecnologias.

A pesquisa projeta também o uso das tecnologias digitais em diferentes segmentos da sociedade, tais como mulheres e jovens, relacionando-os com o índice de Felicidade. “Não é possível dizer se há uma determinação exata, mas notamos que inclusão digital, felicidade e renda são bastante correlacionados”, afirma Neri, que notou ainda uma tendência do Brasil não se enquadrar em uma espécie de “norma” internacional. “A felicidade do brasileiro não é tão determinada por renda e acesso a tecnologias digitais como nos outros países do mundo”, afirma. Já no segmento feminino, a regra parece se aplicar. “O celular exerce muito mais influência na felicidade das mulheres do que na dos homens”. O levantamento mostra que o município mais incluído do Brasil é o de São Caetano do Sul, em São Paulo, e que duas das capitais mais incluídas encontram-se na região Sul: Florianópolis e Curitiba. No Rio de Janeiro, o Complexo do Alemão é o que possui menor taxa de inclusão, seguido do Jacarezinho e da Maré. Apesar de apresentarem os níveis mais baixos de inclusão no município, essas comunidades estão acima da média brasileira (pelo Censo 2010; pela média brasileira dos dados do Gallup, o Complexo do Alemão se encontra um pouco abaixo da mesma) e mundial.

A telefonia móvel ganha em Palmas, no Tocantins, cidade que também possui a população mais jovem do Brasil. O acesso às tecnologias de informação é hoje um dos oito indicadores que compõem as Metas do Milênio da ONU, com compromissos mundiais que devem ser assumidos até o ano de 2015. A FGV faz parte da comissão internacional em torno da fixação dos novos objetivos e sediará a reunião final sobre os Post-2015 Targets no mês de setembro.

A pesquisa já está disponível no endereço www.fgv.br/cps/vivo

*Na foto Marcelo Neri, da FGV, e Leila Loria, da Fundação Telefônica/Vivo