Geografia das Fontes de Renda

Agosto/2010

Sobre a pesquisa: 

O Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas acredita que o debate de ideias pode melhorar o desenho e implantação de políticas públicas (vide link). Esta importância cresce em ano eleitoral quando decidimos direções para os próximos anos. Talvez o tema mais controverso em discussão seja relativo ao papel assumido pelo Estado na economia, aí incluindo a extensão e a qualidade dos gastos sociais em termos de sustentabilidade, focalização nos mais pobres e etc. Por exemplo, é pouco controverso que investimentos em educação produzem impactos mais sustentáveis que as transferências de renda. Por outro lado, as transferências produzem efeitos a prazo mais curto e dependendo do tipo de programa, estes impactos chegam mais ou menos aos pobres. Inicialmente exploramos quem se beneficia das diferentes fontes de rendimento ao longo da distribuição de renda1 e a relação custo fiscal/benefício social em termos de redução de desigualdade das diferentes transferências públicas2.
 

Agora, ao orçamento federal consolidado de transferências públicas correspondem gastos diferenciados entre diferentes localidades brasileiras. Por exemplo, as aposentadorias são particularmente relevantes na formação de renda do Estado do Rio e de sua capital. Este texto contribui para o debate sobre transferências de renda, analisando a geografia das fontes de renda do brasileiro (aí incluindo o rendimento do trabalho, da previdência e de programas sociais como o Bolsa Família) e os efeitos emanados sobre as diferentes regiões geográficas (estados, municípios das capitais, metrópoles separando núcleo e periferias). Estes detalhes podem ser explorados no banco de dados (link).

 

Esta pesquisa (link texto) estende e sintetiza "O Atlas do Bolso do Brasileiro" (www.fgv.br/cps/atlas) que o CPS/FGV lançou em setembro do ano.

 


 

1 Mostramos que programas sociais como Bolsa Família beneficiam mais os pobres (16,3% da renda deles),  aposentadorias ligadas ao mínimo afetam mais à Classe D (12,7% da renda dela), e que aposentadorias acima de um salário mínimo  beneficiam mais a Classe AB (18,9% da renda dela). O estrato mais intensivo em rendimentos do trabalho é a classe C também chamada de nova classe média (76,4%  da renda dela).

2 Na marcada redução da desigualdade do período de 2001 a 2008, rendimentos do trabalho explicam 66% da queda do índice de Gini sendo 15,7% delas explicadas  pelos aumentos dos benefícios da previdência social, em geral, e 17% por programas sociais como Bolsa Familia.  Agora cada ponto percentual de redução de desigualdade pelas vias da previdência custou em termos monetários 384% mais que o obtido pelas vias dos programas sociais.

www.fgv.br/cps/docs/geofonte.pdf

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